21 setembro 2008

Padrões de Linguagem Hipnótica "A arte de ser precisamente vago"

ESTRUTURA DA LINGUAGEM

Segundo a Gramática Transformacional de Noam Chomsky, conceitos, ideias e pensamentos, (estruturas profundas) não estão inerentemente ligados a nenhuma forma de linguagem, mas podem ser expressos através de uma variedade de expressões linguísticas (estruturas superficiais). Por exemplo as palavras casa, house ou chez referem-se ao mesmo conceito mental e aos mesmos dados experienciais. De maneira semelhante as frases “o gato caçou o rato” e “o rato foi caçado pelo gato” referem-se ao mesmo evento mesmo que a sequência de palavras seja diferente.

Ideias e pensamentos complexos chegam à superfície como linguagem, depois que uma série de “transformações” os convertem em frases bem formuladas. Estas transformações agem como um tipo de filtro para as nossas experiências profundas. O processo de transformação da estrutura profunda em estrutura superficial (linguagem) é chamado de “derivação”.

ESTRUTURA SUPERFICIAL: o que é falado ou escrito (que foi derivado da estrutura profunda)

ESTRUTURA PROFUNDA: pensamentos, conceitos ideias

Os criadores da Programação Neurolingüística-PNL, Bandler e Grinder afirmam que este movimento da estrutura profunda para a estrutura superficial se dá através de processos de omissão, generalização e distorção. Então, alguma informação é necessariamente perdida ou distorcida na transformação ou “derivação” da estrutura profunda para a superficial. Na linguagem, esses processos ocorrem durante a transição ou tradução da estrutura profunda (imagens mentais, sons sensações e outras representações sensoriais que estão guardadas em nosso sistema nervoso) para a estrutura superficial (palavras, sinais e símbolos que escolhemos para descrever ou representar nossa experiêncial sensorial primária).

A PNL amplia a noção de estrutura superficial e estrutura profunda para incluir mais que os processos linguísticos e representações. Ela considera como parte da estrutura profunda as experiências sensoriais e emocionais ou “experiência primária”. A linguagem é, então, “uma experiência secundária”, isto é, uma parte de nosso modelo de mundo que é derivado de nossa experiência primária.

Para compreender e perceber o sentido das palavras e da linguagem que ouvimos ou lemos, fazemos, automaticamente, o movimento contrário, conectando a linguagem (estrutura superficial) com a estrutura profunda (experiência sensorial e emocional, registos, memória etc). Denominamos esse processo de “pesquisa ou busca transderivacional”. Assim, as palavras funcionam como âncoras para experiências guardadas na estrutura profunda. Quanto mais vaga e cheia de omissões, generalizações e distorções for a linguagem, mais pesquisa transderivacional será necessária para sua compreensão.

Como a indução do transe hipnótico se dá através do focar e internalizar a atenção, esse tipo de linguagem funciona muito bem na indução e na hipnoterapia. Com essa linguagem podemos guiar a experiência interna do cliente sem o risco de choque com a sua experiência sensorial. Podemos denominá-la de “linguagem de processo” ou linguagem sem conteúdo. O ouvinte vai colocando o conteúdo que ele necessita trabalhar. Essa é a linguagem ideal para activarmos as buscas e processos inconscientes que o cliente necessita para a resolução de seus problemas e conflitos e para a acessar os recursos para atingir seus objectivos na terapia.

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