29 julho 2008

Como você se sente quando a outra pessoa interpreta de modo diferente a sua mensagem?

Noscilene Santos

Comunicamo-nos o tempo inteiro por meio da linguagem verbal e não-verbal. Quando transmitimos uma mensagem, em nosso modo de ver, falamos claro e objectivamente e, por isto mesmo, podemos sentir-nos ofendidos quando alguém interpreta de modo diferente a intenção colocada em palavras, sentimentos e acção.
As diferentes percepções têm a ver com as experiências pessoais que acumulamos ao longo da vida. Um dos pressupostos da Programação Neurolinguística é que “As pessoas respondem a sua experiência, não a realidade em si”, em outras palavras “o mapa não é o território”, significa que as respostas estão embasadas em crenças e valores. São referências que utilizamos para decifrar o que o outro quer transmitir e formular a resposta.
Recebemos estímulos externos por meio do que vemos, ouvimos, degustamos e sentimos. Esses eventos passam pelos filtros universais da experiência: eliminação, generalização e distorção. Consequentemente formam-se memórias, informações, crenças, valores e instintos que geram pensamentos. Tais pensamentos criam representações internas que acessam os sentimentos e provocam alterações na fisiologia, desencadeando, então, um comportamento que impulsiona a resposta.
Veja como é complexa a comunicação e apesar disso, nós conseguimos nos comunicar.


A má interpretação da mensagem advém do fato de omitirmos partes importantes da história, deixamos lacunas que a outra pessoa preenche de acordo com as suas próprias experiências. Para evitarmos distorções dessa natureza, devemos entender “o mapa da realidade” do interlocutor. Isto pode ser feito usando a técnica de perguntar o que especificamente a pessoa quer dizer.
Por meio de perguntas podemos esclarecer significados, extrair informações e aumentar as possibilidades de respostas. É uma poderosa ferramenta. Uma pergunta inteligente amplia o campo de escolhas, enriquece o diálogo e melhora sensivelmente a comunicação.

A chave para um bom diálogo é dar evidências, criar quadros com referências comuns entre as pessoas que receberão a mensagem. Usar palavras sensoriais que afectam os diferentes perfis: visual, auditivo e cinestésico.

Pessoas visuais apreciam a beleza, a luminosidade. Uma das características desse perfil é a organização. Podem aprender pela observação. Um visual diria: “a explicação está clara”. Já os auditivos têm facilidade para aprender o que escutam. São capazes de ouvirem uma música uma única vez e saírem cantarolando. São eloquentes, falam com cadência e podem imitar facilmente outras pessoas. Poderiam pronunciar: “a explicação fez eco em meus ouvidos”. E os cinestésicos gostam de sentir, tocar, saborear. São movidos pelo sentimento, gostam de abraçar e olhar directamente nos olhos. Aprendem com a prática. Um cinestésico verbalizaria: “sinto-me satisfeito com a explicação”. A simplicidade no uso da linguagem é o segredo da boa comunicação.

E eu estou aqui a me perguntar, será que atingi o objectivo de explicar a causa da interpretação distorcida da mensagem?

“O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que você pretende, mas também a resposta que obtém”.

Noscilene Santos é Coach internacional certificada pelos institutos: ICI- International Association of Coaching Institutes e ECA-European Coaching Association, Palestrante, Master practitioner e trainer em PNL, formação em Hipnoterapia Ericksoniana. Graduada em Comunicação Social e Administração de empresas, especialização em Gestão empresarial.


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noscilene.santos@peopletraining.com.br

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